Você já ouviu falar em car sharing? Significa compartilhar um carro, uma tendência em cidades europeias e americanas que desembarca em São Paulo. Mais que uma locação de veículo por hora, com custos como seguro e combustível já incluídos, trata-se de uma forma mais racional de usar um automóvel: você dirige quando realmente precisa, e não porque tem um carro à disposição. Um raciocínio tão válido quanto complexo numa metrópole congestionada e carente de transporte público. Quem lança o desafio de repensar o uso do automóvel em São Paulo é a Zazcar, empresa inspirada em exemplos como o da americana Zipcar – maior rede de car sharing do mundo, com receita anual de 130 milhões de dólares e crescimento estimado em 30% – ou o da pioneira Mobility, da Suíça, nascida de iniciativas entre amigos que hoje reúne 84500 associados e 2200 veículos (leia ao lado). Nos primeiros 45 dias de operação da Zazcar, que oferece dez carros com ar-condicionado e direção hidráulica em quatro pontos, aproximadamente 40 motoristas se cadastraram no site da empresa (www.zazcar.com.br) – metade tem um automóvel. São pessoas como o gerente de tecnologia Daniel Borin, 25 anos, que há três anos saiu de Bauru, no interior do estado, para viver na capital. Ele trabalha em uma corretora do mercado financeiro e automaticamente verifica o custo-benefício de seus gastos. Foi assim que ele decidiu morar perto do escritório, na região da Paulista, e vender o VW Gol que usava diariamente em sua cidade natal. “Só o preço mais alto do seguro me fez desistir de ter carro aqui”, afirma. Para visitar a família, Borin aluga um carro da forma convencional e, no dia a dia, vai de táxi quando necessário. Uma tarde, um amigo voltou do almoço e lhe deu um folheto da Zazcar. “É uma boa para você, não?”, disse o colega. Borin testou o car sharing numa noite, para ir a uma balada marcada em cima da hora. “Ficaria caro ir de táxi e resolvi experimentar [o serviço]”, afirma. Ele reservou um Fiat Punto 1.4, retirou o carro perto do Conjunto Nacional e foi ao encontro dos amigos. No local, ligou para a empresa para estender o período do aluguel e pediu uma indicação de caminho para a volta. No dia seguinte, Borin foi ao trabalho sem carro, como faz todas as manhãs. Ter ou não ter? Felipe Barroso, 31 anos, sóciodiretor da Zazcar, explica que esse é só um dos perfis de cliente que espera conquistar com o serviço, inaugurado após seis meses de estudos e viagens para cidades da Europa e dos Estados Unidos atendidas por empresas de car sharing. “O conceito é servir de alternativa à posse de um carro sem abrir mão do conforto de dirigir um carro quando a pessoa quiser ou precisar”, afirma. “Compartilhar um automóvel também é mais ecológico: mais pessoas usam o veículo e elas aprendem a dirigir só quando necessário, reduzindo a emissão de poluentes.” Como na maioria das iniciativas, a Zazcar deixa sua frota em estacionamentos 24 horas perto de estações de metrô – no caso, as da linha 2-Verde – e o associado retira e devolve o veículo no mesmo local. Há uma taxa de adesão de 60 reais e mensalidade que vai de 15 a 600 reais: quanto mais alto o valor fixo, maior o desconto na tarifa de uso. Assim, uma hora com um VW Fox 1.0 varia de 22 a 32 reais, enquanto um Honda Civic custa de 44,80 a 64 reais. A título de comparação, a Zipcar cobra 11 dólares (20 reais) pelo Civic e oferece um híbrido Toyota Prius por 8 dólares (cerca de 15 reais) a hora. Ainda assim, Barroso diz que compartilhar um carro é mais barato que ser dono de um automóvel com baixa rodagem, quando se somam os custos de seguro, combustível, manutenção e depreciação do veículo, entre outros. “Quem dirige menos de 10000 km por ano perde dinheiro sendo dono de um carro”, afirma. Os cerca de 800 novos automóveis que diariamente chegam às ruas de São Paulo, capazes de formar uma fila de 90 km todo mês, são mais um número dessa equação sobre o uso do carro na cidade – seja você o dono ou não.31 de outubro de 2009
Car Sharing
Tendência na Europa e EUA, o car sharing chega ao Brasil pregando o uso eficiente do carro
Você já ouviu falar em car sharing? Significa compartilhar um carro, uma tendência em cidades europeias e americanas que desembarca em São Paulo. Mais que uma locação de veículo por hora, com custos como seguro e combustível já incluídos, trata-se de uma forma mais racional de usar um automóvel: você dirige quando realmente precisa, e não porque tem um carro à disposição. Um raciocínio tão válido quanto complexo numa metrópole congestionada e carente de transporte público. Quem lança o desafio de repensar o uso do automóvel em São Paulo é a Zazcar, empresa inspirada em exemplos como o da americana Zipcar – maior rede de car sharing do mundo, com receita anual de 130 milhões de dólares e crescimento estimado em 30% – ou o da pioneira Mobility, da Suíça, nascida de iniciativas entre amigos que hoje reúne 84500 associados e 2200 veículos (leia ao lado). Nos primeiros 45 dias de operação da Zazcar, que oferece dez carros com ar-condicionado e direção hidráulica em quatro pontos, aproximadamente 40 motoristas se cadastraram no site da empresa (www.zazcar.com.br) – metade tem um automóvel. São pessoas como o gerente de tecnologia Daniel Borin, 25 anos, que há três anos saiu de Bauru, no interior do estado, para viver na capital. Ele trabalha em uma corretora do mercado financeiro e automaticamente verifica o custo-benefício de seus gastos. Foi assim que ele decidiu morar perto do escritório, na região da Paulista, e vender o VW Gol que usava diariamente em sua cidade natal. “Só o preço mais alto do seguro me fez desistir de ter carro aqui”, afirma. Para visitar a família, Borin aluga um carro da forma convencional e, no dia a dia, vai de táxi quando necessário. Uma tarde, um amigo voltou do almoço e lhe deu um folheto da Zazcar. “É uma boa para você, não?”, disse o colega. Borin testou o car sharing numa noite, para ir a uma balada marcada em cima da hora. “Ficaria caro ir de táxi e resolvi experimentar [o serviço]”, afirma. Ele reservou um Fiat Punto 1.4, retirou o carro perto do Conjunto Nacional e foi ao encontro dos amigos. No local, ligou para a empresa para estender o período do aluguel e pediu uma indicação de caminho para a volta. No dia seguinte, Borin foi ao trabalho sem carro, como faz todas as manhãs. Ter ou não ter? Felipe Barroso, 31 anos, sóciodiretor da Zazcar, explica que esse é só um dos perfis de cliente que espera conquistar com o serviço, inaugurado após seis meses de estudos e viagens para cidades da Europa e dos Estados Unidos atendidas por empresas de car sharing. “O conceito é servir de alternativa à posse de um carro sem abrir mão do conforto de dirigir um carro quando a pessoa quiser ou precisar”, afirma. “Compartilhar um automóvel também é mais ecológico: mais pessoas usam o veículo e elas aprendem a dirigir só quando necessário, reduzindo a emissão de poluentes.” Como na maioria das iniciativas, a Zazcar deixa sua frota em estacionamentos 24 horas perto de estações de metrô – no caso, as da linha 2-Verde – e o associado retira e devolve o veículo no mesmo local. Há uma taxa de adesão de 60 reais e mensalidade que vai de 15 a 600 reais: quanto mais alto o valor fixo, maior o desconto na tarifa de uso. Assim, uma hora com um VW Fox 1.0 varia de 22 a 32 reais, enquanto um Honda Civic custa de 44,80 a 64 reais. A título de comparação, a Zipcar cobra 11 dólares (20 reais) pelo Civic e oferece um híbrido Toyota Prius por 8 dólares (cerca de 15 reais) a hora. Ainda assim, Barroso diz que compartilhar um carro é mais barato que ser dono de um automóvel com baixa rodagem, quando se somam os custos de seguro, combustível, manutenção e depreciação do veículo, entre outros. “Quem dirige menos de 10000 km por ano perde dinheiro sendo dono de um carro”, afirma. Os cerca de 800 novos automóveis que diariamente chegam às ruas de São Paulo, capazes de formar uma fila de 90 km todo mês, são mais um número dessa equação sobre o uso do carro na cidade – seja você o dono ou não.
Você já ouviu falar em car sharing? Significa compartilhar um carro, uma tendência em cidades europeias e americanas que desembarca em São Paulo. Mais que uma locação de veículo por hora, com custos como seguro e combustível já incluídos, trata-se de uma forma mais racional de usar um automóvel: você dirige quando realmente precisa, e não porque tem um carro à disposição. Um raciocínio tão válido quanto complexo numa metrópole congestionada e carente de transporte público. Quem lança o desafio de repensar o uso do automóvel em São Paulo é a Zazcar, empresa inspirada em exemplos como o da americana Zipcar – maior rede de car sharing do mundo, com receita anual de 130 milhões de dólares e crescimento estimado em 30% – ou o da pioneira Mobility, da Suíça, nascida de iniciativas entre amigos que hoje reúne 84500 associados e 2200 veículos (leia ao lado). Nos primeiros 45 dias de operação da Zazcar, que oferece dez carros com ar-condicionado e direção hidráulica em quatro pontos, aproximadamente 40 motoristas se cadastraram no site da empresa (www.zazcar.com.br) – metade tem um automóvel. São pessoas como o gerente de tecnologia Daniel Borin, 25 anos, que há três anos saiu de Bauru, no interior do estado, para viver na capital. Ele trabalha em uma corretora do mercado financeiro e automaticamente verifica o custo-benefício de seus gastos. Foi assim que ele decidiu morar perto do escritório, na região da Paulista, e vender o VW Gol que usava diariamente em sua cidade natal. “Só o preço mais alto do seguro me fez desistir de ter carro aqui”, afirma. Para visitar a família, Borin aluga um carro da forma convencional e, no dia a dia, vai de táxi quando necessário. Uma tarde, um amigo voltou do almoço e lhe deu um folheto da Zazcar. “É uma boa para você, não?”, disse o colega. Borin testou o car sharing numa noite, para ir a uma balada marcada em cima da hora. “Ficaria caro ir de táxi e resolvi experimentar [o serviço]”, afirma. Ele reservou um Fiat Punto 1.4, retirou o carro perto do Conjunto Nacional e foi ao encontro dos amigos. No local, ligou para a empresa para estender o período do aluguel e pediu uma indicação de caminho para a volta. No dia seguinte, Borin foi ao trabalho sem carro, como faz todas as manhãs. Ter ou não ter? Felipe Barroso, 31 anos, sóciodiretor da Zazcar, explica que esse é só um dos perfis de cliente que espera conquistar com o serviço, inaugurado após seis meses de estudos e viagens para cidades da Europa e dos Estados Unidos atendidas por empresas de car sharing. “O conceito é servir de alternativa à posse de um carro sem abrir mão do conforto de dirigir um carro quando a pessoa quiser ou precisar”, afirma. “Compartilhar um automóvel também é mais ecológico: mais pessoas usam o veículo e elas aprendem a dirigir só quando necessário, reduzindo a emissão de poluentes.” Como na maioria das iniciativas, a Zazcar deixa sua frota em estacionamentos 24 horas perto de estações de metrô – no caso, as da linha 2-Verde – e o associado retira e devolve o veículo no mesmo local. Há uma taxa de adesão de 60 reais e mensalidade que vai de 15 a 600 reais: quanto mais alto o valor fixo, maior o desconto na tarifa de uso. Assim, uma hora com um VW Fox 1.0 varia de 22 a 32 reais, enquanto um Honda Civic custa de 44,80 a 64 reais. A título de comparação, a Zipcar cobra 11 dólares (20 reais) pelo Civic e oferece um híbrido Toyota Prius por 8 dólares (cerca de 15 reais) a hora. Ainda assim, Barroso diz que compartilhar um carro é mais barato que ser dono de um automóvel com baixa rodagem, quando se somam os custos de seguro, combustível, manutenção e depreciação do veículo, entre outros. “Quem dirige menos de 10000 km por ano perde dinheiro sendo dono de um carro”, afirma. Os cerca de 800 novos automóveis que diariamente chegam às ruas de São Paulo, capazes de formar uma fila de 90 km todo mês, são mais um número dessa equação sobre o uso do carro na cidade – seja você o dono ou não.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário