


Diminuir as emissões de poluentes é uma das pautas mais importantes entre as empresas automobilísticas nas últimas décadas. Os avanços começaram com a utilização dos catalisadores, evoluiram para o sistema de injeção eletrônica e agora o mercado brasileiro começa a ter contato com alguns veículos de tecnologia híbrida.
Seguindo estes passos, a Honda realizou um evento com o primeiro test drive do CR-Z e da segunda geração do INSiGHT, seus modelos de propulsão combinada comercializados ao redor do mundo. De acordo com Alfredo Guedes, engenheiro da empresa, a marca “possui interesse em comercializar a dupla no Brasil, mas precisamos de uma política clara e definida do governo brasileiro para tanto”.
O principal atrativo dos modelos está em seus sistemas motrizes, cuja atuação mescla o funcionamento de um bloco térmico (movido a gasolina) com um propulsor elétrico. A tecnologia permite com que os veículos possuam maior autonomia e menor emissão de poluentes se comparados a automóveis convencionais, uma vez que o motor elétrico auxilia em acelerações e retomadas, momento em que ocorre o maior consumo de combustível.
De acordo com Guedes, “a idéia é que, no futuro, os veículos emitam apenas água pelo sistema de escape, mas a tecnologia de célula de combustível movida a hidrogênio é muito custosa. Hoje, o que possuímos de mais acessível é o componente híbrido, que já diminui o uso do combustível fóssil nas situações mais exigentes”.
Como os veículos estavam disponíveis para teste em circuito fechado, aproveitamos não apenas para conferir o funcionamento dos componentes elétricos, mas para averiguar o comportamento dinâmico dos modelos. Confira abaixo as primeiras impressões.
CR-Z
A primeira coisa a chamar a atenção ao se acomodar no CR-Z é o seu painel de instrumentos com diversos planos, iluminação azul, RPM na posição central, telas de LCD nas laterais e controles do veículo posicionado próximos ao volante. O habitáculo do modelo possui acabamento primoroso, embora a visibilidade traseira seja um pouco sacrificada por conta de seu estilo.
No painel de instrumento é localizado o maior destaque do hatch premium; o seletor para três modos de condução, sendo ele o Normal, Econ e Sport. Na primeira opção o modelo atua no modo híbrido normal, que conta com a tecnologia Start-Stop (que desliga o veículo toda vez que este encontra-se parado) e freios regenerativos (que utilizam o movimento das rodas para recarregar as baterias).
No modo de direção Econ, o CR-Z tem a calibragem do motor alterada para oferecer respostas mais suaves e não a responder com precisão às movimentações mais agressivas no pedal do acelerador. Nesta configuração o CR-Z torna-se 4% menos potente e chega a emitir 117 g/CO2 por km.
Já na opção Sport, o painel de instrumento tem sua cor alterada para vermelho e o acerto do motor é voltado para respostas imediatas.
Conforme revelamos anteriormente, o chefe de desenvolvimento do CR-Z afirmou que o cupê foi projetado para possuir a rigidez estrutural de um Civic Si e a dinâmica próxima a de um MINI Cooper. E ao menos em um primeiro contato, fica aparente que a marca foi bem sucedida.
O CR-Z avaliado não recebeu ajustes para o mercado nacional e, de acordo com a Honda, une motor 1.5 16V aspirado com 113 cavalos de potência e 20 kgfm de torque, com 13 cv e 10,8 kgfm de força gerados pelo propulsor elétrico. Apesar dos 30,8 kgfm de torque a aceleração não é de tirar o fôlego, embora seja respeitavelmente boa.
Se por um lado o CR-Z não tirou o fôlego em retas, o modelo chegou a ser empolgante na hora de atacar as curvas do circuito. A carroceria inclina pouco, o volante é preciso e há tração de sobra antes que o controle de estabilidade inicie sua atuação. O câmbio manual possui engates justos, a embreagem é suave e o motor elétrico não emite ruído, anunciando sua existência somente com a boa dose de torque disponível desde baixas rotações.
Para auxiliar o motorista a dirigir de modo econômico, o display central no painel indica a eficiência do modo de condução ao acrescentar (ou retirar) folhas em plantas. Caso consiga completar todas as folhas e uma flor em cada planta, o condutor é “premiado” com um troféu digital.
Embora não divulgue o consumo de combustível dos dois modelos expostos, a Honda informa que um Civic normal é capaz de realizar consumo médio de 10,5 km/l em ciclo urbano e 15,2 km/l em rodovias. A variante híbrida atinge 16,6 km/l e 19 km/l, respectivamente.
INSiGHT
Enquanto o CR-Z possui linhas futuristas que buscam eficiência aerodinâmica e esportividade, o INSiGHT se restringe à proposta de ser um sedã com design eficiente.
Espaçoso e com acabamento de bom nível, o modelo utiliza motor 1.3 16V com 98 cavalos de potência e 17 kgfm de torque, enquanto o bloco elétrico colabora com 13 cv e 8 kgfm de força. Seu câmbio CVT (continuamente variável) possui opção de trocas de marchas em borboletas atrás do volante quando a opção “Sport” é selecionada na alavanca. Neste modo o câmbio deixa de ser continuamente variável e passa a oferecer 7 marchas pré-selecionadoas. O modelo demonstrou boa estabilidade e desempenho satisfatório, especialmente se for levado em conta o volume do propulsor à combustão.
No INSiGHT (a Honda grafa dessa forma o nome do modelo), assim como no CR-Z, o motor elétrico pode assumir a função de manter o movimento do veículo quando a velocidade é baixa, enquanto em aceleração parcial e total, propulsor elétrico e a gasolina trabalham paralelamente. A iluminação do velocimetro dos dois também se altera de verde para azul, caso o modo de conduão deixe de ser econômico.
Conclusão
Para um primeiro contato, os dois modelos supreenderam; enquanto o CR-Z é dinâmico, ágil e empolgante, o INSiGHT oferece conforto e espaço para transportar uma família.
Além de tecnologias como freios ABS (anti-travamento das rodas), controle de estabilidade, airbags, direção hidráiulica, ar-condicionado,sistema de som, entre outros, ambos ostentam uma proposta que responsabilidade ambiental. E devem ser valorizados por isso. Falta apenas a Honda disponibilizar as médias de consumo de combustível dos modelos ou permitir que eles sejam avaliados em ciclo urbano.
Questionado sobre uma eventual data de chegada dos modelos no mercado nacional, Guedes diz que não possui uma data específica, mas informou que “certamente, será por volta de dois anos”. Ficaremos ligados.
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