A intenção da Citroën era mostrar ao público que um veículo familiar também pode ser esportivo. Foram necessários 45 dias para essa idéia se concretizar e virar realidade em forma de um Xsara Picasso. Quem tocou grande parte do projeto foi a Personal Parts, uma oficina paulista especializada em projetos personalizados.
“A idéia era criar algo parecido com o Picasso Cup”, explica Vito Simone, diretor da Personal e um dos responsáveis pelo projeto. Ele se refere a um protótipo feito na Europa, com carroceria alargada e motor 2.0 l de 250 cv. No Brasil, a montadora decidiu fazer algo um pouco mais simples, mas não menos impactante.
Os quatro pára-lamas foram alargados com fibra de vidro e Vito relembra a parte mais complexa: “A caixa de roda dianteira deu muito trabalho por possuir algumas fiações na parte de cima. Tivemos que mudar algumas coisas de lugar para caberem as novas rodas de 20 polegadas”.
Feito isso, o pára-choque dianteiro recebeu um novo desenho com três entradas de ar, sendo uma grande central e outras duas pequenas nas pontas. Como na versão Cup, a grade central leva o logo da montadora francesa. Novos retrovisores foram feitos com a mesma fibra e ganharam desenho parecido com o dos modelos utilizados por carros de corrida. A lateral recebeu mais apliques de fibra de vidro, deixando a minivan mais musculosa. Por fim, vieram as alterações na traseira.
Parte da tampa do porta-malas foi cortada para dar espaço ao novo pára-choque que cresceu. Ele ganhou pequenas passagens de ar, além de uma pintura na cor cinza e duas saídas de escape com desenho totalmente diferente, localizados ao centro. Um aerofólio idêntico ao utilizado no Picasso Cup dá o toque final na traseira.
Feito o kit, o carro partiu para a Air Brush Sound & Tuning, onde ganhou os acertos finais, como funilaria e pintura na cor vermelha. Novas rodas da Tsuya, modelo Strong, também entraram em cena, com pneus Michelin Pilot Sport 245/35.
Por baixo do capô
Na parte mecânica, o motor 2.0 l de 138 cv de potência e 20 kgfm de torque permaneceu original. Apenas o sistema de escape foi trocado por um modelo esportivo, de ronco (muito) mais encorpado. Passear com o Picasso é divertido e não deixa de ser uma aventura. A suspensão rebaixada tirou um pouco do conforto da minivan, que apesar de fazer as curvas com maior estabilidade, não deixa de balançar de forma desconfortável nas esburacadas ruas de São Paulo.
O grave ronco do escape, muito parecido com o de veículos preparados, instiga a acelerar, mas o motor 2.0 l mantém seu comportamento normal, sem surpreender ou empolgar. Seu visual, porém, faz sucesso por onde passa, agrada crianças, passando por adultos e chegando ao público feminino. Os comentários variam entre “nunca vi um carro desses tunado” e a clássica pergunta: “Este carro é de corrida?”. Embora não agrade na performance, o visual do Picasso dá seu show e, com certeza, fez a Citroën atingir seu objetivo: roubar a cena com um carro familiar.
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